A contemporaneidade poética na obra de Bruscky

Por Patricia Naia

       Um sábado desses passei em frente a uma feira de livros na busca por uma novidade, entre outros títulos encontrei uma coletânea poética, “ Stereo Invenção Recife ” , o livro que tem 108 páginas é composto por poesias de grandes autores, a maioria deles pernambucanos. Foi então que tive meu primeiro contato e deslumbramento com a poesia visual de Bruscky.

    Nascido em Recife no ano 1949, além de organizar diversas exposições nacionais e internacionais, Bruscky realizou diversos filmes de artistas e videoarte. Em sua arte conceitual ele integrou técnicas multimídias, xerográficas, performáticas, fazendo uso de recursos como outdoor, arte postal, vídeos e áudios, xerox, e fax. Bruscky foi considerado pioneiro em experimentações renovadoras com uma nova perspectiva artística por volta dos anos 60 e 70.   E é por isso considerado um dos maiores artistas conceituais da arte brasileira. Os seus trabalhos com desenho, pinturas, gravuras, fotografias, recortes, jornais, e sua forma de explorar a comunicação com uma abordagem crítica enfatizando a função provocadora da arte e a possibilidade de leva-nos ao desiquilíbrio gerando um questionamento não apenas particular e individualista, mas também, social, ao que se pode chamar sistema artístico, as provocações que dizem respeito às formas de fazer arte, são manifestas em suas obras de maneira bastante contundente.

     Com uma pesquisa na internet é possível encontrar boa parte da diversificação da obra de Bruscky. Suas experimentações distantes dos padrões artísticos da sua década são extremamente atuais e pertinentes, arte com cunho político, e questionador.Se pretendermos falar de uma poesia com caráter transformacional de novidade, com uma perspectiva irreverente, irônica, e não só pessoal por onde o autor manifesta o seu eu, mas também sua visão social, quanto à abordagem consciente e coletiva é impossível não nos lembrarmos de Bruscky, com seu humor e construção lúdica, com suas criações imagéticas e visuais, como ferramentas para nos mostrar uma experiência transcendental aos conceitos artísticos padronizados, e manifestando a sua ideologia atuando na arte como um grande gênio, um artista completo revelando sua relação entre a arte e a vida, entre a sociedade e seu papel no espaço urbano com instrumentos cotidianos.